Electrocardiograma

Não há pior do que a raiva que não posso extravasar. Acho que se pode morrer disso.

A mim deixa-me corada, com os calores e a vontade de fisicamente magoar alguém, devagarinho, até à morte. Mas às vezes temos mesmo de calar. Então tento canalizar essa avalanche de energia que me congela o sangue na Aorta para fazer qualquer coisa boa, debitar uma ou outra palavra apaziguadora e fazer qualquer coisa que amenize a estupidez na origem de tudo.

Se isto não é ser zen, não percebo o hype do budismo. Se isto é ser zen, gostava de saber como é que aquela gente trata das coronárias.

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Downton Abbey

Finalmente o post que há tanto esperava! E quero tudo. T-U-D-O. Desde Março, altura em que descobri Downton Abbey que sonho com brisk walking em alamedas rodeadas de árvores bem arranjadas (porque é que em inglês do século XIX, um passeio nunca é um passeio, mas um brisk walking?. Podia viver de brisk walking em pequenas povoações victorianas), chás das cinco, vestidos bordados e luvas compridas, escadarias de pedra, exércitos de empregados de camisas brancas muito bem engomadas. A história, o guarda-roupa (oh meu deus, o guarda roupa), os cenários (oh meu deus, aquela biblioteca) e, bom, o Matthew… tudo me conquistou como há muito uma série não me conquistava.

E agora isto. Quero travessas para o cabelo, espelhos em talha dourada, chandeliers (bom, isto já queria, porque acho que ficam a matar na minha cozinha), frasquinhos de vidro (ahem… já tenho uns quantos) Quero tudo. T-U-D-O.

Oh, boy. Pornografia pura para os meus delicados olhos.

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Constatação

Ao fim de duas semanas de fanhosice constato que sou uma pessoa a quem se lhe entalam os espirros.

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Kind of perfect for today

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Consciência

(bom, o tom emo deste post não é da responsabilidade da consciência da autora. A consciência da autora espera até que este post seja o epílogo de uma já longa fase emo que se abateu sobre a autora. Aos meus dois leitores deixo, em consciência, as minhas sinceras desculpas)

Já várias vezes me ocorreu que a felicidade é um sentimento que faz mais sentido em retrospectiva do que no presente. É daquelas coisas de que não temos muita consciência. Podemos estar eufóricos umas horas, em êxtase uns momentos, mas a felicidade precisa de tempo para ser percebida.

Por isso, é com assombro que tenho reparado na minha recente consciência de daqui a uns anos vou olhar para mim, aqui, e vou dizer: “bons tempos”. Mesmo que tenha dias em que me apetece cortar os pulsos e degolar pessoas, mesmo que vá tendo frustrações, mesmo que ache a cada instante que podia na verdade viver mais do que vivo.

Esta consciência é um assombro. Um assombro e uma sorte.

Que, creio, é passageira.

 

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Crush

Por engano, em vez de air crash escrevi air crush. Foi bonito.

É bonito. E assustador.

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Fotografias

Gosto de fotografar. Não tenho talento absolutamente nenhum, mas gosto dos passeios, de explorar, de olhar com olhos de ver, de focar detalhes e de construir memórias. Mas, como disse, é arte para que nasci sem talento – a bem da verdade acho que tenho de inventar uma arte para que tenha talento; talvez venha a ser o meu talento, esse o de inventar artes. Mas adiante.

Gosto de fotografia. Não que perceba grandemente do assunto, mas o suficiente para ter um ou outro fotógrafo predilecto (Depardon! Depardon!), ou para emitir guinchos orgásmicos quando descubro fotógrafos maravilhosos e cuja existência desconhecia (como recentemente com a Nan Goldin).

Como fotógrafa amadora consigo com máquinas relativamente boas retratar as coisas bonitinhas enquanto coisas bonitinhas. A vista de Lisboa de Cacilhas. O pôr do sol no Cais das Colunas. Enfim, coisas que qualquer pessoa com uma máquina igual à minha faria.

Mas o que gosto na fotografia é quando o objecto não é nem deixa de ser bonito. Aliás, quando os objectos conseguem ser banais ou já vistos. Mas de repente a foto é mesmo bonita. E este de repente é muito rápido, mas diz tudo: porque no momento do click, fotógrafo, luz, objecto e câmara estiveram de acordo para que aquele fosse um instante digno de eternidade. Este é um talento diplomático, feito de paciência, saber e instinto; cada fotografia um acto solene resultante de uma dialética irrepetível. Para que do banal se faça extraordinário.

E este texto é tanto literal como uma metáfora. Porque a verdade é que não tenho talento mesmo nenhum para a fotografia, embora vá conseguindo de facto retratar as coisas bonitinhas enquanto coisas bonitinhas.

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Regressar de Férias

Ou voltar. E ouvir as histórias da vida que ousou acontecer enquanto estava longe. E por momentos esquecer que também vivi, lá longe. Sinto que me roubaram horas de vida em troca de horas de sonho. É estúpido, eu sei.

É uma espécie de indignação por a vida dos outros não parar na minha ausência. Um complot universal para me reduzir à escala humana. O universo a vencer um pequeno braço de ferro com o meu ego.

Humpf.

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Bytes

Há um grande mistério no meu cérebro chamado “memória”.

A forma como a minha memória funciona, como se processam as minhas recordações ou porque é que me lembro de cor de letras da Daniela Mercury que não oiço desde 1998 e não me lembro do nome do livro que acabei de ler a semana passada, são matérias que me ultrapassam ao serviço de um qualquer plano divino, tenho a certeza.

No entanto há momentos, frames de vida real, que no instante em que os vivo sei que não me vou esquecer.

Seja um slow dançado ao nascer do sol em Santa Apolónia, seja a expressão de uma empregada de mesa no Upper East Side.

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Perfect

Uma chávena de chá muito quente. A luz morna do Pick Me Up. A vista para a rua gelada com o Thompkins ao fundo.

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